Superintendência do Arquivo Público teve acervo consultado para confecção da dissertação: “Os aldeamentos indígenas no Caminho dos Goiases: guerra e etnogênese no sertão do Gentio Cayapó (Sertão da Farinha Podre) séculos XVIII e XIX”


Foi depositado na biblioteca de estudos que versam sobre a história do Triângulo Mineiro da Superintendência do Arquivo Público de Uberaba, a dissertação de mestrado intitulada - “Os aldeamentos indígenas no Caminho dos Goiases: guerra e etnogênese no sertão do Gentio Cayapó (Sertão da Farinha Podre) séculos XVIII e XIX”. O trabalho foi defendido em julho de 2015 por Robert Mori, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, e contou com a orientação do professor Dr. Marcel Mano. 

Para confecção deste estudo, o pesquisador consultou inúmeros documentos históricos pertencentes à Superintendência do Arquivo Público de Uberaba. O material impresso está disponível para consulta pública nas dependências da instituição arquivística.

À esquerda, os diretores da instituição Pollyana Esteves da Silva e João Eurípedes de Araújo. em seguida, o pesquisador Robert Mori e à direita a Superintendente do Arquivo Público de Uberaba Marta Zednik de Casanova com a dissertação entregue pelo autor.
Segundo o autor o objetivo principal do trabalho de pesquisa foi compreender: 

“(...) a importância histórica dos aldeamentos indígenas do Sertão da Farinha Podre (atuais regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, no estado de Minas Gerais) criados a partir da reunião de diferentes grupos indígenas da América portuguesa em um território delimitado. O ponto de partida do processo histórico que culminou no surgimento desses aldeamentos se deu em meados do século XVIII, quando aquela região era local de habitação e deslocamento dos índios Kayapó do sul. Com o afluxo de não-índios para o território da capitania de Goiás a partir da delimitação do Caminho dos Goiases pela bandeira do Anhanguera e da descoberta das minas auríferas e diamantíferas, os Kayapó do sul passaram a realizar uma série de ataques aos não-índios, promovendo mortes, incêndios, destruições e a rapinagem de objetos e mantimentos. Para combater os Kayapó do sul, após inúmeras tentativas frustradas, foi contratado o sertanista Antônio Pires de Campos e seu exército de índios composto por Bororo e Paresí, deslocados dos arredores de Cuiabá. A estratégia de guerra idealizada pela Coroa portuguesa e pelo sertanista consistiu na criação de aldeamentos indígenas entre os Rios Grande e Paranaíba (no Sertão da Farinha Podre) ao longo do Caminho dos Goiases. No ano de 1780, quando grupos de Kayapó do sul foram aldeados em Maria I, na capitania de Goiás, os aldeamentos do Sertão da Farinha Podre passaram a perder importância para os não-índios. No início do século XIX, ocorreu um processo contínuo de espoliação das terras pertencentes aos indígenas aldeados com a concessão de sesmarias e a ocupação de não-índios oriundos principalmente das regiões oeste e centro-oeste da capitania de Minas Gerais. A guerra e os aldeamentos indígenas podem ser compreendidos com base na política indigenista vigente durante o período colonial, mas também a partir da relação entre e estrutura e evento proposta por Marshall Sahlins. A relação entre História e Antropologia também se deu a partir da utilização do paradigma indiciário e do uso do método de projeção etnográfica, importantes para a compreensão das fontes arquivísticas dos séculos XVIII e XIX, que foram os materiais básicos da pesquisa”.



Para acessar a dissertação em formato digital, clique aqui e vá ao Repositório de Teses e Dissertações da Universidade Federal de Uberlândia – UFU.

Apresentação: Thiago Riccioppo

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