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Filmes do Irã: Gosto de Cereja, o mistério humano

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O filme Gosto de Cereja (Ta’m-E-Guilass, Irã, 1997), de Abbas Kiarostami (1940-2016), insere-se na linha de seriedade temática, em que o conflito humano não constitui, como no filme comercial, mera sucessão de fatos, acontecimentos, intrigalhadas e choques de interesses. Porém, articula-se a partir da angústia existencial, radicalizando seus efeitos. Não interessa ao cineasta a origem de sua causalidade, ou seja, a motivação que a deflagra e a impulsiona até cristalizar-se na ação fílmica. Não se evidenciam fatos e motivos, mas, atitudes e consequências. Seu foco de interesse restringe-se, mas, simultaneamente, aprofunda-se no cerne da condição humana. Não, porém, de sua problemática objetiva e física, na qual necessidades materiais e orgânicas devam ser atendidas e satisfeitas. Mas, de seu íntimo questionamento, centrado em sentimento angustioso de perplexidade, desencanto e desespero existencial. Ao contrário do palavroso costume ocidental de excessivamente verbalizar e