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Mostrando postagens de abril, 2020

IMPORTÂNCIA DE BORGES SAMPAIO NA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE UBERABA EM 1856

Entre tantas outras funções ocupadas por Antonio Borges Sampaio destacaram-se os cargos de farmacêutico, memorialista, vereador em Uberaba entre os anos de 1853 a 1879 e, em seguida, promotor público municipal.  Nos mês de setembro de 1855, enquanto vereador, realizou voluntariamente o censo de Uberaba, então Vila, disponibilizando-o à Câmara Municipal. Esse trabalho serviu para fundamentar o pedido dos vereadores ao Governo para que a Vila de Uberaba fosse elevada à categoria de cidade, o que efetivamente ocorreu no dia 2 de maio de 1856. (SAMPAIO, pg. 53). Em 1857 Sampaio foi encarregado pela Câmara Municipal de organizar o projeto intitulado: Nomenclatura das ruas, praças, travessas, becos, colinas, templos e edifícios públicos.  Nesse trabalho, Sampaio pormenorizou aspectos urbanísticos de Uberaba, ao mesmo tempo em que garantiu a preservação da memória de inúmeras personalidades que tiveram os seus nomes perpetuados nas placas das ruas da cidade. Esse projeto foi concluído

Águas Brilhantes 6

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Miguel Jacob Neto    Anos atrás, tive acesso aos livros de Batismo (século XIX) da Catedral Metropolitana de Uberaba.   Deles, retirei o tema destas linhas.  É bem sabido, por historiadores e interessados, da existência e extermínio de grupos indígenas em nosso município. Sobre o assunto, bem tratou Luís Bustamante  em seu livro “A Oeste das Minas”.   Pois bem. Por volta de 1820 e tantos, dos poucos indígenas que restaram na região de Uberaba, alguns viviam nos aldeamentos:  Lanhoso, Uberaba Falsa e Baixa, outros, isoladamente ou em pequenos grupos familiares, nas áreas rural e urbana do povoado.  Encontrei nos livros da Catedral ( 1821 a 1838) alguns batismos de indígenas e descendentes. Sobre eles, dou informações, (algumas comuns, outras um tanto interessantes): 1 - Treze batizados: - Oito inocentes (por inocentes, entendiam-se as crianças com menos de 7 anos):  Joanna, Francisco, Maria, Manuel, Feliciana, Caetano, Manoel e Graciana.  - Um adul

Águas Brilhantes - 5

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Movimento 1 – No Brasil  Segundo alguns historiadores, a primeira organização denominada socialista no Brasil  surgiu em Santos- SP, no ano de 1889.  Intitulava-se “Circulo Socialista de Santos” e foi fundada por Silvério Fontes, Sóter de Araujo e Carlos Escobar. Movimento 2 – Em Uberaba  Inspirados pelos movimentos nacionais e internacionais, um grupo de uberabenses criou em 31 de agosto de 1897, o “Centro Socialista de Uberaba”. Compunham a primeira diretoria: Presidente, Alexandre Barbosa; vice-presidente, Ricardo Bottaro; secretário, Justiniano Ambrosio dos Santos; orador, Jose Luiz Alvarez da Silva; tesoureiro, Symaco Guedes. Foi criado também um conselho de seis membros, composto por Hyppolito Fernandes, Belmiro dos Santos Castro, Luigi Vital, Constantino Turati, Joaquim Abbadia Fontoura e Antonio Caviola. Para rebater uma afirmação feita pelo jornal O Socialista (não sei se era de Uberaba ou...), em que a entidade é caracterizada como revolucionária, sua direçã

21 DE ABRIL DE 1960 - INAUGURAÇÃO DE BRASÍLIA

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Duas comemorações No final do século XIX, o então presidente da República do Brasil, marechal Floriano Peixoto, convocou o astrônomo e geógrafo belga Luiz Cruz para escolher o local mais apropriado, no interior do País, onde seria instalada definitivamente a nova capital do Brasil.  Em sete meses, o grupo de 22 pessoas, chefiado por Cruls, percorreu mais de quatro mil quilômetros do Rio de Janeiro ao coração do Brasil.  Passando por Uberaba, através dos trilhos da Mogiana, Cruz chegou com a sua equipe até o Planalto Central, em Goiás. Ao final da viagem, havia delimitado um quadrilátero de 14 mil quilômetros quadrados e feito uma análise cuidadosa da flora, fauna, rios, solos, clima e modo de vida dos habitantes do Planalto. Detalhe de um atlas escolar luso-brasileiro de 1927, quando não existia Goiânia (a capital era a cidade de "Goyaz", hoje chamada "Goiás Velho") e a ferrovia terminava antes de "Bomfim" (Silvânia). Anápolis era "S

Águas Brilhantes - 4

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          Até 1879, José Augusto de Paiva Teixeira, além de jornalista e administrador do Jornal Gazeta de Uberaba, era representante na cidade de uma livraria do Rio de Janeiro. Não se contentando em fazer encomendas, teve a ideia! Empreendedor que era, resolveu criar na Princesa do Sertão, um Gabinete de Leitura. Ele fez a publicidade e tratou de encomendar uma boa quantidade de livros.   O Gabinete funcionaria assim: os interessados pagariam a módica quantia mensal de 500 réis e poderiam levar, por empréstimo, romances, livros de história, etc. Jornalista, de bons contatos, começou a divulgação do seu negócio em junho - 1879. Princípios de julho, o Gabinete tinha mais de 46 inscritos. Advogados, artistas, escritores, comerciantes, jornalistas, políticos, funcionários públicos. Entre eles, João Caetano, Theotonio Simões e Getulio Guaritá. Agradável também eram as inscrições das senhoras e senhoritas da sociedade uberabense:  Guilhermina C. de Avelar e Fr

Páscoa em Uberaba

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Todo ano o Carnaval cai em dias diferentes, assim como a Semana Santa, Corpus Christi e outras festividades dos calendários religioso ou popular.  A Páscoa é a festa central das igrejas, tanto judaica, quanto cristã, de onde parte o cronograma das comemorações anteriores. “Páscoa” tem origem etimológica na palavra hebraica pasach , que significa passagem, em uma referência ao episódio bíblico e histórico da libertação dos hebreus da escravidão no Egito, quando a opressão em que viviam deu lugar à libertação da condição de escravos. Com o surgimento do cristianismo, os cristãos se apropriaram da festa judaica para realizar a celebração da ressurreição de Cristo e a representaram como passagem da morte para a vida eterna. É sempre comemorada pelos judeus na primeira lua cheia do mês de Nissan (nome dado ao primeiro mês do calendário judaico religioso – sétimo mês do calendário civil). Para nós, que vivemos no hemisfério sul, o domingo de Páscoa é, portanto, aquele que se segue a

Em Águas Brilhantes - 3

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O COLLEGIO PIEDADE EM UBERABA   Trechos de propaganda no Jornal Progresso,  24 de março de 1878 Acrescento que esse jornal era de Uberaba Apresentando O Collegio Piedade, foi fundado em janeiro de 1878. O criador, proprietário e diretor: alferes Joaquim Antonio Gomes da Silva Junior.   Joaquim era também escritor. Seu romance, Flor do Martyrio, foi publicado durante meses, em formato folhetim no jornal Gazeta de Uberaba. O objetivo do colégio  era “preparar cidadãos uteis à sociedade por meio de acurada educação intelectual, moral e religiosa”. Lecionaram no Piedade,  o Major Joaquim José d’Oliveira Penna, Joaquim Dias Soares, Antonio Silverio Pereira, Tenente Wenceslau Pereira d’Oliveira, João José Frederico Ludovice, Alexandre José dos Santos e o Padre - mestre Frei Paulino.  Algumas Regras Havia alunos pensionistas e externos. Os pensionistas tinham  por obrigação , por exemplo, trazer suas roupas de cama sempre limpas. Deviam, também, manter algué
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EM ÁGUAS BRILHANTES – 2                                                       PÉ NA ESTRADA      Folheando Gazetas de Uberaba, século XIX (1880 a 1887), grudei meus olhos nos infelizes anúncios sobre:      Entrei no assunto e fui vendo como os senhores, de alguma forma selecionavam e forneciam algumas características físicas e comportamentais de seus escravizados, para posteriores identificações, delações e recompensas.      Tinha “anunciante” de tudo que é lugar: Campinas, Sacramento, Baependi, etc. Para a conversa ficar mais “em casa” selecionei só os do município de Uberaba.      Resolvi extrair trechos de alguns anúncios e mostrar ao público leitor. QUADRO 1 -     ANTECEDENTES      Certos senhores davam boas referências sobre os fugitivos: *Bazilio, natural desta cidade, de 26 annos, alto e corpulento, bonita figura. (...)    Fala bem, porém, moderado, sabe ler e escrever e é muito activo.   * Sebastião, 28 anos, mu

Greve dos cocheiros em Uberaba no ano de 1909

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Em 1909, uma greve (ou parede, como era conhecida) dos cocheiros paralisou o sistema de transporte de passageiros na cidade, feito por meio de charretes  Cocheiro era a profissão dos condutores de charretes ou troly , muito conhecida no final do século XIX e começo do século XX. Os cocheiros conduziam os passageiros que desembarcavam na estação da Mogiana, localizada naquela época no cruzamento da rua Padre Francisco da Rocha com a rua Arthur Machado, e se dirigiam para o centro de Uberaba. Charrete atravessando a Praça Rui Barbosa. Ao centro vê-se a rua Artur Machado, atual Calçadão Não havia outra alternativa para a locomoção de passageiros e mercadorias. De acordo com informações do jornal Lavoura e Comércio , muitos cocheiros não obedeciam a tabela de preços estipulada na legislação municipal e também cometiam outras infrações ao Código de Posturas que foi aprovado no final do século XIX, conforme se observa abaixo:             Art. 4º Fica alterada da seguinte