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Uma História Pitoresca: As Exéquias da Palmatória

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A utilização de castigos na educação é antiga, tão antiga, quanto polêmica, confunde-se com a própria história dessa instituição basilar. Dentre os instrumentos de punição física, a palmatória talvez seja um dos mais conhecidos. Utilizada nos alunos indisciplinados, a férula, como também era chamada, causava medo entre os estudantes. Presente em diversos países, sua prática só foi abolida na Inglaterra, no final do século XX, em 1989, e ainda é usual em algumas nações, principalmente as orientais. No Brasil em 1980, os castigos corporais foram criminalizados e com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, a palmatória foi suprimida. Segundo a historiadora Mary Del Priori, em seu livro “A História das Crianças no Brasil”, o artefato foi introduzido na colônia brasileira pelos jesuítas como ferramenta disciplinadora. Amplamente difundida, foi ferozmente utilizada pelos senhores de escravos nos cativos desobedientes. " A partir da segunda metade do século XVIII, co...

ARQUIVO PÚBLICO DE UBERABA E UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

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Já faz algum tempo que Arquivo Público de Uberaba e Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) mantêm parceria. Às vezes, os alunos do curso de graduação em História passam horas na instituição, acompanhados de professores, e conhecem o acervo, como ele é organizado, as atividades rotineiras, as pesquisas em andamento e muito mais. Em outras ocasiões, fucionários do Arquivo vão à Universidade, conversar sobre ofício de historiador, guarda e preservação de documento ou algum tema específico, sugerido por docentes.            De um modo ou de outro, o interesse dos discentes sempre foi destaque e a possibilidade de que alguns questionamentos feitos por eles, posteriormente, se transformem em objeto de pesquisa, desenvolvida com base na documentação sob poder e guarda do Arquivo, foi o início da parceria. Com muita alegria, o Arquivo Público anuncia que essa bem sucedida união foi consolidada com a assinatura de um convên...

UBERABA E O PODER EXECUTIVO - 1837 AOS DIAS ATUAIS

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Nasceu em 10 de Janeiro de 1893, em São João Batista da Terra Branca, hoje cidade de Itacambira (MG). Formou-se em Direito, em 1922. Ocupou diversos cargos de destaque no governo do estado de MG, nas Secretarias de Segurança e Interior e, no inicio da década de 1940, assumiu a Chefia de Gabinete do Governador Benedito Valadares, tornando-se uma liderança política estadual. Em junho de 1943, foi nomeado prefeito de Uberaba, durante o conturbado período da Segunda Guerra Mundial. Afastou-se da prefeitura para candidatar a deputado estadual e foi eleito pelo Partido Social Democrático (PSD), ocupando a cadeira por duas legislaturas. Uma década depois, foi nomeado Conselheiro no Tribunal de Contas de Minas Gerais. Faleceu em 09 de Agosto de 1984. Durante sua gestão: - indústrias foram atraídas para o município; - o Grupo Minas Gerais e a Escola Uberaba foram instalados; - iniciou o trabalho de remodelação completa da rede de distribuição elétrica da cidade; - inaugurou novo trecho da a...

TRILHOS, GENTE E HISTÓRIAS

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...Todos os dias é um vai-e-vem A vida se repete na estação Tem gente que chega pra ficar Tem gente que vai pra nunca mais Tem gente que vem e quer voltar Tem gente que vai e quer ficar Tem gente que veio só olhar Tem gente a sorrir e a chorar E assim, chegar e partir São só dois lados Da mesma viagem... ( Encontros e Despedidas - Milton Nascimento) Para alguns, o ruidoso ritmo do trem de ferro é música que preenche o dia ou acalanta o sono noturno. Poesia à parte, no século XIX, constituir uma malha ferroviária era um acontecimento atopetado de disputas e conflitos pelo mais eficiente e mais lucrativo traçado. Filha de cafezais e burburinhos acalorados, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1888) , nasceu, nos arredores de Campinas (SP), em ambiente nada pacato. Os homens do café se altercavam para garantir que o caminho de ferro alcançasse suas propriedades: isso diminuiria custos com transportes e valorizaria terrenos. Instalados os carris, a temperatura das negociaç...

UBERABA E PODER EXECUTIVO - 1837 AOS DIAS ATUAIS

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            Formou-se em Direito no Rio de Janeiro e, durante o curso, começou a se interessar por assuntos políticos. Após a formatura, retornou a Uberaba, onde iniciou a sua carreira política, elegendo-se vereador. Em 1937, assumiu o cargo de perfeito e, com a Instalação do Estado Novo, no mesmo ano, respaldado pelo Governador de Minas Gerais, Benedito Valadares, continuou no cargo até 1943. Terminada a gestão, foi eleito deputado estadual por dois mandatos e, ao deixar a vida política, atuou na advocacia. Faleceu em 02 de Julho de 1984. Durante Sua Gestão: - foram inaugurados o Parque Fernando Costa, o Cine Metrópole e a Hidrelétrica Pai Joaquim; - fundou-se a Fazenda Modelo, na época chamada de Fazenda Experimental de Criação; - criou a praça da Bandeira, atual praça Jorge Frange, no bairro São Benedito, e a praça de Esportes de Uberaba, atual Uberaba Tênis Clube; - ampliou e duplicou trechos das avenidas Leopoldino de Olive...

Escrava Maria Rita, uma história de resistência

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A transcrição documental comentada do Auto de corpo de delicto da escrava Maria Rita, propriedade do Barão da Ponte Alta, realizada pela pesquisadora do Arquivo Público, Marise Soares Diniz, foi publicada na revista Cadernos de Pesquisa . A revista, registrada sob o ISSN 15187640 e criada em 2000, é uma publicação do Centro de Documentação e Pesquisa em História do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia/ CDHIS/ UFU. O documento transcrito é o processo criminal que a escrava Maria Rita moveu contra o seu senhor, o Barão, em 1886, época ainda marcada pela dominação do homem pelo homem, escravidão, violência e resistência. Parabéns pelo reconhecimento, Marise! Estamos certos de que sua ação contribuirá muito com os trabalhos de pesquisa na área. Cad. Pesq. Cdhis. Uberlândia, v.23, n.1, jan./jun.2010

Visitas Especiais

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Mais uma vez, o Arquivo Público foi agraciado com honrosas visitas. Padre Prata, amigo da casa, sempre vem. Em algumas vezes aparece apenas para rever a equipe, enriquecer nosso café com sua afetuosa presença e deixar sua valiosa bênção. Em outras, faz suas pesquisas e sabemos que tudo será aproveitado em novas e importantes publicações. Laurentino, em sua visita à cidade, trouxe importantes informações relacionadas aos seus dois livros e, na visita ao APU, conheceu e elogiou o acervo, além de buscar nele, conhecimentos relacionados à sua nova obra sobre escravidão.  O encontro dos dois, na sede do Arquivo, foi acontecimento pra lá de especial e a equipe agradece a ambos pela oportunidade de recebê-los.

Memória e cultura uberababense

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Elevada à condição de Vila, em 22 de fevereiro de 1836, e posteriormente à de Cidade, em 1856, Uberaba tem, segundo o CENSO 2010, aproximadamente duzentos e noventa e seis mil habitantes (296. 000) que, entre outras ocupações, atuam como profissionais liberais, estudantes, operários, pecuaristas, agricultores, funcionários públicos e comerciantes. A diversidade de experiências e histórias desses habitantes constituem o tecido social que dá materialidade à cidade. Visando registrar, preservar e disponibilizar a história e a memória de Uberaba, o Arquivo Público, desde 1985, realiza um trabalho de pesquisa, na modalidade entrevista com diversos cidadãos uberabenses, protagonistas e testemunhas de acontecimentos e histórias singulares da urbe. Esse material constitui um acervo com mais de mil entrevistas, a maioria já digitalizada, abordando assuntos desde cultura popular até a participação de pracinhas uberabenses na Segunda Guerra Mundial. Muitas vezes...

Arquivo Público recebe visita e doações do Dr. Paulo Fernando

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A equipe do APU recebeu, no dia 04 de abril, o Dr. Paulo Fernando Silveira. O escritor e membro da Academia Letras do Triângulo Mineiro doou ao Arquivo os livros O Sertão da Farinha Podre e Capão da Onça ( lançado em 2011)  e a Revista Artigo 5, cujo texto UMA LUTA MAIS FERRENHA DO QUE SE IMAGINAVA é de sua autoria: “Revolução de 1930: A tomada do 12º RI em Belo Horizonte. A polícia mineira ocupou o quartel do exército. Foi hasteada na fachada a bandeira branca. Estava encerrada a luta na capital. A luta foi mais ferrenha do que se imaginava. Não ficou só numa simples troca de tiros, de longe, entre PMs e soldados do exército, todos entrincheirados...” O artigo é parte integrante da 2ª edição ampliada do livro A Batalha de Delta – agraciado pela Academia Paulistana da História com o 29º Prêmio Clio de História, em 2006 – cujo lançamento está previsto para este ano. O APU parabeniza o escritor e agradece as doações!

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - DE 1837 AOS DIAS ATUAIS

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Nasceu em Muiriaé (MG), em 1897. Advogado atuante, também exerceu os cargos de Delegado de PolÍcia e Diretor da Cia. Mineira de Eletricidade. Entre os anos de 1933 a 1936, foi prefeito nomeado da cidade de Juiz de Fora. Posteriormente, por indicação do Governador Benedito Valadares, tornou-se prefeito de Uberaba, administrando a cidade por 7 meses. Durante a sua passagem pelo Executivo Municipal: - realizou reparos internos e externos no Mercado Municipal. - ampliou a captação de água no rio Uberaba. Também era escritor e, dentre suas várias obras, destaca-se A Revolução de 30 e os Municípios , lançada em 1942. Faleceu em 1949, na cidade de Belo Horizonte.