História de Uberaba era tema em discussão para aplicação no ensino escolar no município em 1936
Fruto de um amplo debate percorrido na década de 1990, o
Ministério da Educação – MEC buscou formalizar critérios de reformar o ensino básico no País. Naquele contexto foi publicado em 1997, os “Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)” para as então, 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental (atuais 2º
a 5º anos). Posteriormente em 1998, vieram
as propostas que vislumbravam as então 5ª a 8ª séries, (hoje 6º a 9º anos) de
Ensino Fundamental; e de Ensino Médio, em 1999, acrescido ainda do PCN, as
(Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais), de 2002.
Tendo em vista o ensino da disciplina de História, no documento de 1997 formulado para os primeiros anos do
Ensino Fundamental, no
primeiro ciclo (1ª e 2ª séries), a proposta trazia o eixo temático: “História Local e do Cotidiano”. Nesse pressuposto, os conteúdos trabalhados em sala de aula seriam voltados, preferencialmente, às diferentes histórias pertencentes ao local em que o aluno convive,
dimensionadas em diferentes tempos (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS,
1997: 40).
Na proposta havia uma manifesta preocupação com a História local como ponto de partida, no qual os alunos pudessem ampliar sua capacidade de olhar seu entorno para a compreensão de relações mais amplas. Apesar de inúmeros percalços no processo educacional brasileiro, o que há de mais inovador nos PCN’s desde sua implantação, é
que seus conteúdos foram traçados através de linhas gerais, cujos referenciais se assentam nas especificidades culturais, na realidade do aluno e da
localidade de um amplo país com todas suas pluralidades.
Na proposta havia uma manifesta preocupação com a História local como ponto de partida, no qual os alunos pudessem ampliar sua capacidade de olhar seu entorno para a compreensão de relações mais amplas.
Longe desta realidade, uma matéria jornalística de 1936, encontrada pela equipe de
pesquisadores da Superintendência do Arquivo Público de Uberaba, numa das páginas do jornal “Lavoura e Comércio". Observa-se a preocupação de
trabalhar pedagogicamente nas escolas públicas de Uberaba, a história local.
Trechos
interessantes retirados deste texto criticavam que:
“(...) A ignorância da
história do munícipio é um doloroso aspecto de nossa falta de cultura cívica. E
essa ignorância é de tal modo que recente ainda, verificou-se um fato que a
ilustra expressivamente. Comentava-se, numa roda de
figuras doutas, o pedido que teria sido ao Sr. Dr. Paulo Costa, de mudança de
denominação da rua Senador Pena.
- Quem foi esse
senador Pena que dá nome a uma rua da cidade?
Ninguém o soube dizer.
E só dias após, o Sr. Dr. Hidelbrando Pontes, que tem toda a história de
Uberaba nos miolos, informava:
- Foi o homem que
trouxe a Mogiana para Uberaba.”
Fonte: (Lavoura e Comércio, 06 de janeiro de 1936)
Vale a pena ler na
íntegra o conteúdo desta matéria na qual identificava como problemática para memória local, a ausência do ensino de história de Uberaba nas escolas. Confira:
Fonte: (Lavoura e Comércio, 06 de janeiro de 1936)
Texto e pesquisa: Thiago Riccioppo - Superintendência do Arquivo Público de Uberaba
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