DOCUMENTO EM DESTAQUE: Inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960
O feriado de 21 de abril foi
instituído pela primeira vez logo no início da República brasileira, em 14 de
janeiro de 1890, pelo decreto nº 155 B. A data elevava a memória do dia da morte
de um dos mártires da Inconfidência Mineira, alferes Joaquim José da Silva
Xavier, conhecido como "Tiradentes".
Em
1930, durante o "governo provisório" do Presidente Getúlio Vargas, o
feriado havia sido extinto pelo decreto nº 19.488 de 15 de dezembro. Contudo, anos
depois, o mesmo governo Vargas restabeleceu o feriado através do decreto nº
22.647 de 17 de abril de 1933, consagrando a data da morte de
Tiradentes como um dia de homenagem à figura "de maior expressão histórica
brasileira" e à memória dos precursores da República.
Em
1965, durante a Ditadura Militar do governo de Castelo Branco foi sancionada a
Lei nº 4.897 em 9 de dezembro de 1965,
que declarava Joaquim José da Silva Xavier como Patrono da Nação Brasileira.
O momento também seria escolhido para o dia de inauguração da nova capital do País, Brasília, ocorrida em 1960. O jornal uberabense "Lavoura e Comércio" retratou em tom eufórico os festejos e os anseios vividos durante aquele período. O título da matéria, " Brasília: a capital do século", apresentava as expectativas almejadas com a ocupação e integração do interior do Brasil. Nas palavras dos redator:
O momento também seria escolhido para o dia de inauguração da nova capital do País, Brasília, ocorrida em 1960. O jornal uberabense "Lavoura e Comércio" retratou em tom eufórico os festejos e os anseios vividos durante aquele período. O título da matéria, " Brasília: a capital do século", apresentava as expectativas almejadas com a ocupação e integração do interior do Brasil. Nas palavras dos redator:
(...) Com a construção da Cidade Livre, obrigando a abertura de um
sistema regular de vias de comunicação, rompeu-se o cordão de isolamento das
distâncias, atenuando-se o crescimento acelerado de centros populacionais em
relação ao movimento retardado de outros dentro do corpo social da pátria.
Regiões vastíssimas, até agora além das fronteiras da civilização e da cultura,
foram afinal incorporadas a vida brasileira e passaram a constituir novo fator
positivo de progresso.
O
texto creditava com ufanismo que a construção da nova capital Federal iria
solucionar o problema de:
(...) Populações
torturadas pelas dificuldades que nasciam, vegetavam e morriam sob o signo sob o signo da miséria; em que as enfermidades
eram uma constante; e os complexos de inferioridade um fato, gerando problemas
sem solução e atitudes de revolta ou de demissão sem remédio, passaram a
integrar a comunidade nacional.
A imagem apresentava a equidistância de Brasília às demais capitais
brasileira, localizando-a como centro irradiador. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
A Brasília de 1960 contava
com apenas 150 professores primários, dos quais 74 em escolas oficiais, duas
bibliotecas, 40 leitos para cirurgia, 20 para clínica médica, 20 para
obstetrícia e 10 para pediatria.
A população da capital havia sofrido um crescimento
demográfico vertiginoso segundo o jornal, com os seguintes índices: 12.283 em
1957; 2.804 em 1958; 64.314 em 1959; chegando a 120 mil habitantes em 1960.
Vejamos
as imagens publicadas no jornal sobre o feito da inauguração da capital federal:
Imagem do Plano Piloto,
traçada pelo urbanista Lúcio Costa, apresentando as principais edificações de
Brasília em 1960. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Primeiro Hotel construído em Brasília Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Imagens do Palácio do Alvorada. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Vista de alguns dos primeiros edifícios construídos em Brasília. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Imagem do Congresso
Nacional, percebe-se nos arredores que muitas obras estavam para se concluir. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Manchetes enaltecem a
inauguração da nova Capital brasileira. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Uberaba se destacava como
importante município naquela época. Observa-se na propaganda que havia vôos
diários partindo para Brasília. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
O jornal Lavoura e Comércio noticiava que, a primeira ausência de Juscelino Kubistschek, de Brasília seria justamente para viajar a Uberaba, onde seria inaugurada a II Exposição Nacional de gado Zebu e XXVI Exposição Regional no mês de maio.
O jornal apresentava a nova
estrela, representando Brasília, que iria compor a bandeira nacional. Acervo: Jornal Lavoura e Comércio/ Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.
Texto: Thiago Riccioppo
Pesquisa: Luiz Henrique Cellullari
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