Em Águas Brilhantes - 3

O COLLEGIO PIEDADE EM UBERABA

 Trechos de propaganda no Jornal Progresso,  24 de março de 1878 Acrescento que esse jornal era de Uberaba
Apresentando

O Collegio Piedade, foi fundado em janeiro de 1878. O criador, proprietário e diretor: alferes Joaquim Antonio Gomes da Silva Junior.  
Joaquim era também escritor. Seu romance, Flor do Martyrio, foi publicado durante meses, em formato folhetim no jornal Gazeta de Uberaba.
O objetivo do colégio  era “preparar cidadãos uteis à sociedade por meio de acurada educação intelectual, moral e religiosa”.
Lecionaram no Piedade,  o Major Joaquim José d’Oliveira Penna, Joaquim Dias Soares, Antonio Silverio Pereira, Tenente Wenceslau Pereira d’Oliveira, João José Frederico Ludovice, Alexandre José dos Santos e o Padre - mestre Frei Paulino.

 Algumas Regras

Havia alunos pensionistas e externos. Os pensionistas tinham por obrigação, por exemplo, trazer suas roupas de cama sempre limpas. Deviam, também, manter alguém responsável por eles na cidade incumbido de fornece-lhes o necessário para a sua manutenção e para o pagamento do colégio. 
O aluno externo não poderia se apresentar na aula sem estar limpo, calçado e com gravata.
Para todos, apenas um mês de férias

Movimento Interno

O colégio tinha instrução primária, com aulas de geografia, matemática, inglês, latim, música vocal e instrumental, instrução religiosa, português, história, francês.
Dez horas semanais eram destinadas ao ensino de matemática, quatro a português, e, para história, só uma horinha. Bom, é que a música já estava inserida no currículo, com duas horas semanais.
Aos sábados, de 13 às 14h, os alunos tinham a preleção moral feita pelo frei Paulino.
O estudo era puxado. As aulas começavam 6 e meia da manhã e iam até as 18h. Haviam dois intervalos – recreios, pela manhã e tarde, em variados horários. 
As aulas iam de segunda a sábado com folga na quinta e domingo.

Horários do Collegio Piedade 
Gazeta de Uberaba
1 de junho de 1879

Colégio de Respeito

Naquela época, quem determinava os dias de exame para as escolas era o inspetor da instrução pública da comarca. Em 1879, ocupava o  cargo Thomaz Pimentel d’Ulhoa. Ele também nomeava de dois a três examinadores para cada matéria.  Esses não eram professores da escola a ser avaliada. Em relação ao colégio Piedade, marcou o mês de novembro,  e escalou o time de avaliadores. Gente de conhecimento na área.
Tempos depois, pós-avaliação, João Caetano, proprietário do Gazeta e um dos examinadores, comentou:  “A promptidão, o acerto e precisão com que eram dadas todas as respostas – são realmente dignos de admiração; e o que é mais: os conhecimentos de escriptos classicos revelados pelos alumnos mais adiantados, conhecimentos que, de ordinario, necessitam de muito tempo para serem adquiridos, ainda mais suprehenderam , atento o pouco tempo de estudo que têm os alumnos, e que só podem ser explicados pela perfeição no systema de ensino” (Gazeta, 07 de dezembro de 1879)
Em 1879, o colégio chegou a atingir o relevante número de 85 alunos.  Muitos de Uberaba, outros vindos de Sacramento, Bagagem, Patrocínio, Monte-Alegre, Santa Anna do Paranayba, Prata, Santa Rita do Paraiso.
A última notícia que vi do Colegio Piedade foi no Gazeta de Uberaba,18 de janeiro de 1880: 


     Em pesquisas até agora, não encontrei mais nenhuma referência ao colégio, até quando funcionou, etc.
Quem souber, colabore. 
 Miguel Jacob Neto

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