CRISE HÍDRICA EM UBERABA
Por Luiz Cellurale
Antes mesmo de Uberaba ter se tornado Freguesia, em 1820, já se observava um período de estiagem na região, conforme relatou o viajante francês Saint-Hilaire, em sua passagem pelo Arraial da Farinha Podre, em 1816. Essa situação tem se repetido todos os anos, desde o começo da povoação de Uberaba até agora.
Contudo, diferente de outros tempos, a falta de chuva e o aumento da temperatura revelaram contornos mais agressivos nos dias atuais.
Em Uberaba, a principal fonte de abastecimento é o Rio Uberaba, sendo o tratamento da água realizado pelo Companhia Operacional de Desenvolvimento e Saneamento e Ações Urbanas (Codau). No período da seca já não consegue atender à demanda.
Além do Rio Uberaba, segundo dados da Prefeitura Municipal, são utilizados três poços para complementar a vazão do rio em até 179 litros por segundo.
No período de estiagem, a vazão do Rio Uberaba cai a ponto da captação do rio e dos poços não serem suficientes para atender à demanda, sendo necessário um incremento de vazão por meio da transposição do Rio Claro, o que garante um acréscimo de até 800 litros por segundo. O sistema de transposição é usado desde 2003.
De acordo com Anselmo Ferreira Silva, pesquisador da Universidade de Uberaba (Uniube), a disponibilidade de água para o consumo humano está se tornando mais preocupante a cada ano. Para ele, diversos são os fatores que colaboram para a redução da disponibilidade do recurso, como "degradação e manejo inadequado das encostas e leitos, consumo excessivo, perdas no sistema de tratamento e distribuição, crescimento populacional e atividades antrópicas na Bacia do Rio Uberaba".
No XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos foram discutidos mecanismos destinados à preservação ambiental, como forma de superação dos desafios que se apresentam atualmente, como: a proteção dos mananciais que ainda estão conservados e a recuperação daqueles que já estão degradados, práticas importantes para se garantir água de qualidade e em quantidade adequada.
Adelmo Antônio Correia, meteorologista da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), alerta que "o cenário atual é fruto da diminuição do volume pluviométrico nos últimos dez anos. A crise se agravou na última década, que tem tido chuvas com má distribuição e, mesmo nos períodos com boas chuvas, muita água não chega ao leito dos rios que abastecem os reservatórios.
Nos anos de 2010, 2014, 2015, 2016, 2019, 2020 e 2021, verificou-se na cidade estiagens prolongadas com altas temperaturas.
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Rio Uberaba em agosto de 2021 - Foto: Jornal de Uberaba – Acervo: APU
Rio Uberaba
em setembro de 2019 - Foto: Jornal de Uberaba – Acervo: APU
https://jmonline.com.br/novo/?noticias,6,POL%C3%8DTICA,215861
https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2019/09/11/estiagem-provoca-queda-no-nivel-dos-rios-que-abastecem-uberlandia-e-uberaba.ghtml
http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,11411
http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,34088
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2014/09/comeca-fiscalizacao-contra-desperdicio-de-agua-em-uberaba.html
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:qxu6XwVBX
Fontes consultadas
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Humberto G. Candido; Degradação Ambiental da Bacia Hidrográfica do
Rio Uberaba: Uma Abordagem Metodológica - Pesquisa,
Extensão e Política Profissional • Eng. Agrícola. 30 (1) • Fev 2010 •
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Anselmo
Ferreira da Silva. Sustentabilidade
Socioeconômica Ambiental, Universidade de Uberaba (Uniube). Recursos
Hídricos, Uso de SIG, Hidrologia.2010
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http://www.uberaba.mg.gov.br
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Jornal da Manhã. 13 de setembro de 2000
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Jornal da Manhã. 10 de outubro de 2012
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Jornal da Manhã. 30 de setembro de 2014
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Jornal da Manhã. 10 de outubro de 2016
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Jornal da Manhã. 23 de setembro de 2017
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Jornal da Manhã. 11 de setembro de 2019
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Jornal da Manhã. 15 de outubro de 2020
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Jornal da Manhã. 20 de setembro de 2021
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