LEITURAS INTERESSANTES

VILA DOS CONFINS

O escritor Mário Palmério nasceu em Monte Carmelo em 1916, estudou em Uberaba e dedicou-se ao magistério.

Em 1945, construiu o edifício do Colégio do Triângulo Mineiro e, em 1947, a Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, primeiro passo para a transformação de Uberaba em cidade universitária.

No ano de 1956, publicou o romance Vila dos Confins e, em 1968, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras.




A escritora Rachel de Queiroz, ao prefaciar a obra, ressalta que o livro traz aquele rio, aquela mata, aqueles bichos, aqueles caboclos, aquelas histórias da caça e pescaria, que parecem histórias de mentiroso, de tão saborosas. (30 – 10 – 1956).

O romance caracteriza o cerrado, a criação do zebu, a caça, a pesca, os viajantes e o processo eleitoral no interior de Minas. Um dos personagens, Xixi Piriá, representa o mascate – recebido nas fazendas da região, na época – entregando tecidos, perfumes, relógio, recados, bilhetes... A maneira narrativa de Mario Palmério nos faz compartilhar de cada alegria vivida com a sua chegada.

Além do mascate, aparecem Dr. Paulo (o político em campanha), Jorge Turco, dono da “venda” e muitos outros encontrados pela estrada salineira (rota que trouxe o desenvolvimento o interior mineiro). Várias são as palavras e expressões que registram nosso regionalismo: que nem estorvo em boca de bueiro, murundu, cafua, azaralhou os olhos embaçados e meio arregaçou as pelancas da boca, ficar um molambo...

A cena em que o personagem do político passa mal, é descrita com tanto realismo que, ao ler, sente-se o cheiro de casa e a agonia do personagem.

O tema, tratado com maestria por Mário Palmério, remete cada leitor a uma discussão pertinente aos tempos atuais e presente também naquela época: ...a eleição vem aí, e o título de eleitor rende a estima do patrão, a gente vira pessoa...

A história, a trajetória de um político em processo eleitoral, identifica pessoas, lugares e atividades econômicas, como o garimpo, as fazendas de criação, os causos, os medos (caboclos).

Leitura que vale a pena!


Texto: Marise Soares Diniz

Outras obras do acervo: Chapadão do Bugre (1965)

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